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Matéria
 
Título: Animais ajudam a tratar crianças com câncer Data: 26/11/2015
 

Diagnosticado com câncer em 2011, o ator Reynaldo Gianecchini vez ou outra visita o Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer (Graacc), do qual é embaixador, na Zona Sul da capital paulista. Quando o galã chega ao local, a meninada ali em tratamento esquece, por um instante, a doença e corre para o ator. Com a menina Beatriz Anderson Kubo, de 6 anos e há dois com leucemia, é diferente. Ela se diverte com a visita do ator, mas o colírio de seus olhos mesmo é Joe, um golden retriever de 11 anos, que visita os pacientes da unidade todas as quintas-feiras. Há dez anos, o animal vem ensinando a familiares e médicos que a ajuda para o tratamento pode chegar das mais variadas formas.

"A cada 21 dias, Beatriz faz quimioterapia por oito horas seguidas, e seu acompanhante é o Joe. Dia desses, o Gianecchini veio e ela nem deu bola. Minha filha fica emocionada quando o cachorro chega: faz carinho, abraça, conversa. Ela fica melhor nos dias em que está com ele", celebra a mãe da menina, Érika Kubo, de 39 anos.

 Joe faz parte do projeto Amicão, conduzido por Angela Borges, de 56 anos, e Luci Lafusa, de 60. Em 2005, elas assistiram em um programa americano que os animais podiam ajudar no tratamento de doenças, visitando pacientes. De lá para cá, Joe e outros cinco cachorros interagem com pacientes e suas famílias em cinco hospitais especializados na capital paulista.

 "O cão não cura, mas faz com que o paciente libere o hormônio da alegria, que é a endorfina. E a maioria das pessoas gosta de cachorro. Então, quem não se apaixona?", comenta Luci.

 Um estudo da Academia Americana de Pediatria publicado esta semana na revista “Science” comprova a percepção. Os pesquisadores coletaram dados de pressão sanguínea, frequência de batimentos e nível de ansiedade em crianças antes e depois de elas receberem a visita de “cães terapeutas”. A conclusão foi de que os meninos e meninas que participaram da Terapia Assistida com Animais (TAA) permaneceram com quadros mais estáveis do que os que não participaram.

 Foi analisado o comportamento do organismo de 68 crianças e adolescentes entre 3 e 17 anos diagnosticadas com câncer. Destes, 39 faziam terapia com animais e 29 não. Além de melhorar o estado deles, a terapia com cães ajudou a diminuir os níveis de ansiedade dos parentes que acompanhavam as sessões.

 "Este estudo será um marco na compreensão dos benefícios do vínculo vital entre pessoas e animais", pontuou a principal autora do estudo, Amy McCullough, diretora nacional de pesquisas e terapias da Associação Humana Americana. "Esperamos que os resultados aumentem ainda mais o acesso a animais em ambientes hospitalares, e que o treinamento dos cães seja aperfeiçoado para melhorar o bem-estar das crianças e das famílias que enfrentam os desafios do câncer infantil."

 Para Sergio Petrilli, superintendente-médico e um dos fundadores do Graacc, não há dúvidas quanto aos benefícios dessas sessões terapêuticas.

"Está provado que isso só melhora a aderência da criança ao tratamento, e nos ajuda no processo. O câncer hoje é uma doença curável. Mas, se antes costumava-se tratar a qualquer preço, hoje podemos promover um menor impacto sobre a criança", analisa o oncologista.

MENOS REMÉDIOS PARA DOR

Um trabalho na mesma linha é desenvolvido pela ONG Patas Therapeutas, comandada pela psicanalista Silvana Fedeli Prado, de 50 anos. Além de contar com 50 cães de diferentes raças, ela tem a ajuda de quatro gatos, dois coelhos e uma ave. Entre as oito instituições de diferentes segmentos em que atua, estão o Hospital Infantil Darcy Vargas e a ala de Pediatria da Santa Casa de Misericórdia, ambas em São Paulo.

 "No dia em que os animais vão a esses hospitais, as crianças tomam menos remédio para a dor. É como se a gente fizesse um resgate para o mundo externo", emociona-se Silvana.

 Em Natal, no Rio Grande do Norte, a Casa Durval Paiva tem projeto similar há seis anos. Hoje, 500 crianças, todas atendidas pelo Sistema Único de Saúde, estão envolvidas na “cãoterapia”.

 "Os animais, em especial cães devido à docilidade, são de grande ajuda para a reabilitação de qualquer doença. Mas principalmente para o câncer, porque é um tratamento muito doloroso, invasivo e longo. Os cachorros fazem com que as crianças participem mais e de uma forma melhor", comenta Rilder Campos, presidente da instituição.

 Em geral, as ONGs aceitam voluntários e não há distinção de raça para os animais. Mas os cães precisam passar por exames de comportamento e saúde, recebendo uma higienização antes de entrar nos hospitais. Seus donos também são avaliados, tanto em relação ao tempo que têm para visitar os pacientes, quanto ao fato de estarem ou não preparados para lidar com eles.


Fonte: ORM News
 
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